sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Laicismo para inglês ver



Durante zapping pelos canais da TV, vi determinada pessoa reafirmando o laicismo vigente no país. O estado brasileiro laico é uma piada. Logo no preâmbulo da Carta Magna se pode ler: Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em [...] promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL [...]. Novamente: se o estado é laico, porque invocar a proteção divina ligada à religião predominante? Porque não Alá, Olorum, Kami ou outras tantas divindades das mais diversas religiões do mundo?

Durante o período eleitoral e a caça ao voto dos indecisos os candidatos lançam mão de todos os ardis necessários para arrebanhá-los. Laicismo é o salvo-conduto para agradar gregos e troianos. Em campanha se contrariam as próprias convicções, embora temporariamente. Os fins justificam os meios, dizem.

Sob o manto da boa vontade, a questão religiosa e temas afins foram tocados e rapidamente o fiel da balança pendeu para um dos lados, o que desencadeou de imediato forte reação da turma do marketing. Em nome do bom-mocismo a reação veio forte, na tentativa de reverter os preciosos pontos perdidos nas pesquisas eleitorais. Afinal a voiz du povu é a voiz de deus.

Melhor seria permanecer a separação de estado e igrejas, instituída em 1890 e consagrada pela Constituição de 1891. Misturar questões políticas com religiosas não é a melhor pedida no momento, cada uma desperta sentimentalismos e exalta ânimos desnecessariamente. Necessitamos conhecer as propostas de cada candidato e não ficar assistindo a embates sobre situações que não acrescentam. Cada um no seu quadrado, sem medo de ser feliz.

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