Setembro de 2010. O mundo já saiu da crise financeira conhecida como marolinha e Esperantina ainda sobrevive do funcionalismo público e de repasses governamentais. Todos já esqueceram do fiasco da copa do mundo e já pensam na copa de 2014, no entanto Esperantina ainda não tem seu estádio de futebol para que os peladeiros barrigudos joguem a troco de álcool. O resto do mundo adota medidas para melhorar a vida dos cidadãos e Esperantina ainda permanece à espera de um extraterrestre que organize o caótico trânsito (!) local., etc, etc, etc.
Vivemos à margem do progresso, ou melhor, até que experimentamos ares do progresso, mas às avessas, vide drogas antes confinadas nos grandes centros, crimes cada vez mais assombrosos, tentativas de copiar o modo de vida fútil que vemos na TV, entre tantas outras parvoíces.
E eu que até me vi andando pelas escadas rolantes do mercado público municipal e finalizando o dia num happy hour na rua climatizada! Auto-flagelo. Nem mesmo posso andar na cidade asfalto sem assalto nas escuras ruas. Ah! Tempo perdido ouvindo juras de progresso.
Tal qual Luther King – versão cocais – sonhei com o dia em que a justiça correria como caudaloso rio, mas o máximo que vi de caudaloso é escandaloso: a água das chuvas teimosamente na avenida e que, em inverno poderoso promete tornar Esperantina realmente uma atração turística, pois a teremos inundada como a lendária Atlântida!
Para muitos as esperanças renovam-se agora. De novo. Esperança que renasce das cinzas a guisa de mitológica fênix. A luz do fim do túnel se aproxima rapidamente, mas creio que seja o trem.
Hei troens mann,
ResponderExcluirEsse mês você está especialmente irônico e isso me agrada incrivelmente! Os dois últimos arquivos me fizeram rir muito, especialmente a alusão à cidade de Atlântida e o final primoroso. Saia da frente que aí vem o trem. Reserve um saco pra mim.
Kvinna troens