sexta-feira, 6 de março de 2009

Nada mudou

Fora os escândalos nossos de cada dia, um dos assuntos que atualmente (des)ocupa a pauta no congresso nacional é a divisão dos estados do Piauí, Pará e Maranhão. Atenho-me – neobairrista de última hora – ao meu estado.

Antes de entrar em êxtase populista aplaudindo o primeiro mentecapto simpatizante que aparecer defendendo tal excrescência, que tal refletir um pouco sobre o tema? Pretendem dividir o estado do Piauí, mas... a quem interessa isso? Os separatistas afirmam que o Piauí é muito extenso e o governo volta suas atenções somente para o norte do Estado, abandonando o sul. Pensando assim, se o norte é que tem atenção e é esta m#*@, não gostaria nem de ver o restante do estado.

O fato é que com a criação do estado do Gurguéia pode haver certo progresso na região sul, mas a cereja do bolo ainda é mesmo a manutenção do poder por parte de grupos políticos, ávidos por se apropriar de polpudas verbas. Com isso, haverá mais oportunidades de expansão da influência política, será mais um governador, alguns deputados, dezenas de prefeitos e centenas de aproveitadores vereadores a sugar as verbas da União, nepotismo disfarçado, concorrências fraudulentas e otras cositas mas.

Agora pensemos um pouco: se a grana que vem para o estado do Piauí é pouca ou muita, não importa, o caso é que ela é mal gerida. É isso, falei. Estado menor = verba menor. O caso não se resolve apenas na base do dividir para melhor governar, seria bem mais prudente e vantajoso aplicar melhor as verbas que hoje o estado recebe, dividi-las equitativamente, descentralizando o poder, hoje concentrado na capital.

Mas não é isso que querem nossos larápios probos políticos. Para que compartilhar o poder, se podem ter um governo pra chamar de seu? Dezenas de cargos de confiança para distribuir para os lambe-botas correligionários?

E nesta história quem pena, como sempre, é a população, que precisa pagar impostos para sustentar a ambição da zelite.

Nada mudou. Desde a Idade Média européia, porque não dizer, desde que o homem descobriu que poderia ter influência sobre outras pessoas – e isso remonta ainda à época dos clãs nos primórdios da história – e exercer pressão para conseguir poder, a massa popular é continuamente saqueada e controlada através dos mais diversos meios como religiões e corporações de ofício, etc., apenas para perpetuar nos píncaros do poder uma gama de aproveitadores do suor alheio e suas legiões de bajuladores. Nada mudou. Game over.

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