sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Aos iluminados

Após breve consulta às relações de aprovados nos recentes concursos públicos, constata-se que é grande o número de portadores de diploma de curso “superior” entre os aprovados. Tudo bem, o concurso é aberto a todos, desde que preencham os pré-requisitos exigidos e não há lei que proíba isso, mas quando alguém que passou quatro anos estudando em uma universidade presta concurso para áreas que exigem nível fundamental, algo (ou alguém) está errado. O que mais chama a atenção é o fato de os mesmos divulgarem à exaustão que foram aprovados em concurso público difícil, que havia mais de dez pessoas por vaga, etc., como se isso fosse o maior acontecimento da história recente. Muitas vezes a explicação dada – e nem sempre plausível – é a de que “não existem vagas em minha área, por isso fiz para qualquer uma”. Mas será que o desemprego é realmente tão grande que consegue podar até mesmo o orgulho de universitários ou será que tais pessoas não “se garantem” no conhecimento da área de formação? Ou será que as duas coisas se completam?

Há ocasiões em que pessoas entram no meio acadêmico e abraçam um curso que não é bem “aquele” desejado, mas em contrapartida é o que apresenta maior número de vagas. A partir de então tem início a formação de um mal profissional ou de alguém que se prestará a fazer concursos em qualquer área, desde que não seja exigido conhecimento acadêmico.

O fato é que quando um estudante é aprovado no vestibular faz uma festa daquelas, passa quatro anos estudando, se esforçando (tá bom, nem todos), faz outra festa ainda maior ao final do curso e depois de apropriar-se do tão sonhado canudo... faz concursos públicos concorrendo a cargos que exigem nível fundamental, tirando assim as chances de alguém que não teve as mesmas oportunidades de estudar e mandando às favas tudo o que supostamente aprendeu na academia.

Parece contraditório, pois grande número de acadêmicos se mostra orgulhoso até demais ao iniciar os estudos, apoiados por professores que incutem em suas mentes que, ao adentrar na academia, elas passam a fazer parte de uma elite intelectual e blá, blá, blá...

Falta a essas pessoas apenas um pouco de consciência. Sim, consciência. É só procurar em algum canto recôndito e bolorento da personalidade e lá estará ela, esquecida na lide pela sobrevivência.

Tá com medinho de não se classificar concorrendo com outros de igual nível? Pede pra sair. Rasgue seu diploma ou então aproveite o papel macio e... faça bom uso.

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