sexta-feira, 24 de novembro de 2017

A hipocrisia que não é ilegal, mas é imoral e engorda

Imagem: Arquivo do Blog.

Em mais um lance dantesco da polititica de uma distante cidade primeiro mundista, uma mente iluminada resolveu abarcar mais um naco do combalido erário e, para não figurar nos postes na próxima semana santa, resolveu convencer seus pares da extrema utilidade de aumentar seus rendimentos e atuando em causa pró..., digo, em nome da municipalidade que representa, trouxe do mais recôndito gabinete da ilha da fantasia a ideia de 13º salário e abono férias para os amigos. Oras, afinal, trabalha demais e merece algum retorno.

O grande lance é que, diferentemente do que foi ardilosamente alardeado pela – cof-cof - imprensa, a proposta de pagamento de 13º salário não beneficiará apenas os vereadores, mas também aos cargos de prefeito, vice-prefeito e secretários, que não custa lembrar, não são profissões. O impacto no orçamento ainda não foi mensurado, mas em um período em que o Executivo local se viu forçado a exonerar centenas de servidores de seus quadros e da dificuldade em realizar pagamentos de outros prestadores de serviços, como os garis, por exemplo e ainda o pagamento dos servidores da educação é no mínimo, um contrassenso o período escolhido para tal peripécia. Sem mencionar que a produção laboral dos beneficiários não justifica sequer uma diária de lavrador.

A medida conta com o apoio velado da maioria absoluta dos colegas e oculto dos outros prováveis beneficiários da medida. Aos incautos que pensaram que a benfazeja atualização e modernização da Lei Orgânica serviria unicamente para adequar a lei à nova realidade, detesto informar, mas a luz do fim do túnel foi apagada por falta de pagamento.

O silêncio sepulcral sobre o tema foi quebrado por única voz que se levantou contra o trem da alegria. Como de praxe, o queixume da população se resume a alguns palavrões em redes sociais e a promessa de não mais votar em determinados candidatos. Ad aeternum.

Agora me veio a dúvida cruel: se há tantos bons samaritanos a ser beneficiados a contragosto e diligentemente ocultos pela mídia, porque cargas d’água nenhum deles se manifestou, arriscando-se assim à eternidade nas chamas ardentes do inferno dantesco?

Ah, que falta faz ao município aquele religioso de ocasião que, em situação semelhante décadas passadas, não hesitou e extirpou do seio religioso e por tabela, do convívio social os perniciosos perdulários. Mas hoje tudo é paz e amor, os inimigos de hoje podem ser aliados amanhã.


E tenho dito!

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