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Imagem: Arquivo do Blog. |
Já devidamente pronto para mais um dia de trabalho, saio à
rua e já e escuto à distância um dos muitos carros volantes a anunciar festas,
bingos ou promoções ao som de – cof, cof – músicas da moda. E tome barulho com
um famigerado forró, daqueles cantados aos berros por uma querida e muito
apreciada banda.
A meio caminho, ao passar por uma esquina um motoqueiro
provavelmente sem habilitação e com certeza sem noção, avança pelas ruas como
se ela fosse somente sua, ao bel prazer de fazer barulho e impressionar as sem-cérebro
nativas. – Sai da frente todo mundo! Ah, com queria que uma horas dessas um
daqueles postes ficasse bem na frente, ops, não se pode desejar mal a ninguém,
diz a cartilha politicamente correta.
Na próxima rua um daqueles carros que fazem transporte irregular de pessoas para a zona rural e outros municípios para bruscamente no meio da rua
e quem quiser que “arrudei” para prosseguir. E tome buzina para chamar a
atenção dos passageiros. Mas isso ninguém mais vê, ou se vê, finge que não é
com eles, leia-se autoridades que deveriam cuidar do trânsito-municipalizado-pra-inglês-ver.
Finalmente no local de trabalho percebo constrangido que
mais uma vez os sempre educados e bem treinados condutores de veículos estacionam
seus veículos onde bem entendem e o estacionamento para bicicletas mais uma vez
fica interditado, sem que autoridade alguma se digne em tomar providências. Talvez
seja esperar demais, afinal as eleições se aproximam.
O retorno pra casa é uma sucessão de desviar de buracos e
lama das ruas, carros estacionados de qualquer forma em qualquer lugar, motos
pela contramão – sem que ninguém mais veja isso – e tome autoridade em pick-up importada.
Antes do almoço ligo novamente o rádio e lá vem a pérola: (...)
meu pai é f*... eu sou f*_inha(...) nem consegui ouvir o final da frase e
desligo o rádio, aquela estação que vende seus horários para quem pagar
mais e insiste em se anunciar como A grandona.
A tarde transcorre entre um barulho e outro de
carros volantes e imbecis com som próprio, tentando mostrar quem fica surdo
primeiro. A solução é esperar a noite, mas a chuva veio e a programação da TV
só mesmo pra torturar. Melhor dormir, mesmo com
a muriçoca que soca, soca... malditas músicas pegajosas.
Bom texto! Um resumo de como é a vida em uma cidade interiorana e sem muitos horizontes.
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