A cidade
promete sair do marasmo usual para se debater nas manifestações
contra a corrupção e algo mais. Não é a
primeira vez que manifestações ocorrem por aqui,
mas desta vez o modismo parece ter chegado com força por estas
plagas.
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Imagem: http://www.goodfon.com/wallpaper/3698.html |
Passada a
euforia e assombro inicial é um movimento meio troncho, em que
a participação vai mais pelo modismo que pelo real
sentido do manifesto. Mas o que vale é mostrar-se indignado
com a corrupção que suga recursos e atrapalha a vida do
cidadão, embora muitos destes não veja nada de errado
em colar na prova da disciplina chata, em circular em veículos
sem habilitação, em se achar o maioral porque recebeu o
troco a mais no comércio e outros pequenos deslizes, quase
nada diante do que os políticos fazem. É o que dizem
para se redimir da culpa. Afinal, andar pela contramão não
tem nada a ver com as péssimas condições do
caótico trânsito municipal, o que importa é
cobrar sinalização e asfalto, protestar contra tudo que
ai está, contra o sistema. É.
Lutar
contra a corrupção é uma bandeira louvável,
mas até que ponto isto passará da passeata é o
que realmente importa. Muitos dos que se propõem a isso nunca
perderam ou devam perder seu precioso tempo a vasculhar prestações
de contas dos poderes executivo ou legislativo do município.
Funciona mais ou mesmo desta forma: alguém comenta que ouviu
falar que são realizadas negociações não
republicanas em algum dos poderes citados, comentário
exaustivamente debatido na – cof, cof – imprensa local e assim
prossegue, gerando ótimas discussões em mesas de bar e
esquinas da vida. Verificar autenticidade ou não dos
comentários através de fiscalização em
locais de obras ou mesmo dos balancetes ninguém quer. Fica mais
fácil 'combater' pelas redes sociais.
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Imagem: http://www.tumblr.com/tagged/mimado |
Tudo
agora é muito bonitinho, manifestação pelas ruas
e fotos para a internet. A corrupção não é
tema recente e nem acaba com um dia de protestos. Todos agora se
mostram engajados na defesa da cidadania. Cantar o hino nacional,
antes tarefa chata restrita à semana da pátria agora
está na ordem do dia. Bandeira nacional passou a servir de
escudo e rua de vitrine. Mas tudo tem um começo e neste caso, espera-se também um resultado prático.
E tenho
dito!
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Isto não é uma democracia. Antes de comentar, lembre-se: sou perigoso, tenho uma pá e um quintal grande!