Certo dia foi divulgado em
Esperantina que empresários do sul do país estariam comprando terras para
plantio de eucalipto. Foi como mexer em vespeiro! Entre os ecologistas-salvadores-da-pátria
a grita foi geral em defesa de nossas matas e contra determinado homem público
que seria o intermediário dos empresários por estas terras. Tal qual Salman Rushdie,
foi determinada uma fatwa contra o infiel antiecológico.
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Imagem: codigoflorestal.com |
O tempo passa, os ânimos continuam
acirrados nos quintais. Daí os tais empresários conseguem uma declaração de
instrução de como proceder/prosseguir com seus intentos malditos, desta vez
devidamente avalizados. Santo remédio. Os protestos sumiram que nem vendedor de
pirulito nos festejos e ninguém mais se atreveu a condenar a devastação de
nossas combalidas matas, mas não ficou somente nisso.
Dia desses foi publicada pequena
nota em jornal impresso dando conta de que um dos empresários impregnados de
enxofre requereu e recebeu licença prévia e de instalação, para uso alternativo
dos solos – Plantio de Eucalyptus, no município de Esperantina. Agora tudo
legalizado é só começar a ação, sem se preocupar com ecologistas de fim de
semana.
Simples assim. Do inferno astral
ao céu de brigadeiro e ninguém mais para contestar. A anuência do poder público
foi um banho de água fria nos ânimos dos verdinhos, a
eles só restando sacar a eco-bag e perambular pelas ruas recolhendo pets para a
glamourosa decoração do final de ano.
Devastar sem licença não pode,
vai direto para o quinto. Já devastação oficial é outra coisa, como se viu. A licença
para uso do solo eliminou todos os impactos ambientais, sociais e o diabo que
os carregue que antes prenunciavam o Armageddon.
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