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Imagem: Migrantes, de C. Portinari. www.blogdobanu.blogspot.com |
Passeatas do dia do trabalho. De longe
lembram aquelas dos anos 80, quando eram concorridíssimas pelos trabalhadores,
principalmente da zona rural, que neste dia faziam questão de participar e olha
que não havia tantos recursos assim disponíveis para transportá-los para a
cidade. Hoje, porém a data já não empolga mais como dantes. Ultimamente há mais
discursos vagos e promessas por cumprir que ação propriamente dita.
O que comemorar mesmo neste dia? Fiquei
preocupado com a possibilidade dos participantes serem vitimados pela dengue ao
se deslocar pela rua do sindicato que as representa, com seus buracos, água,
lama e Cia., mas com era dia de festa, pra variar, ninguém notou.
Em tempos idos os protestos
realizados por ocasião da passeata eram voltados para a melhoria da vida do
homem no campo. E hoje? Hoje as condições são bem melhores, embora ainda não suficientes.
Mesmo com o intenso apoio dado
pelo governo ao setor do pequeno produtor rural o desenvolvimento por lá ainda
se dá a toque de caixa. Vem um projeto que melhora a situação enquanto tem assistência
técnica, após o fim do projeto tudo volta à estaca zero, na maioria das vezes, basta
ver que a produção agrícola do município não aumentou estratosfericamente. Ai é
a hora de começar tudo de novo, em um ciclo que parece não ter fim, basta
sentar e esperar.
Apesar da propaganda da melhoria
na vida rural, alguns números intrigam e só para efeito ilustrativo, no ano de
2010 o seguro safra concedeu a pequenos agricultores esperantinenses a quantia
de R$8.550,00. Isso em um município com predominância da agricultura. Por outro
lado, uma pequena, porém bem coordenada ação em prol dos pescadores artesanais os
beneficiou no ano de 2011 (não há registros em 2010) a quantia de R$553.505,00
e olha que pesca não é a atividade principal da população!
Quando uma pequena
parcela da população consegue benefícios que superam em valores e quantidade
aquela massa que se acredita constitua uma maioria, há que se repensar atos e
representatividade do pequeno agricultor. Seguindo pela contramão da história o
programa bolsa família injetou no município de Esperantina a bagatela de
6.468.135,00 no ano de 2010, sem que para isso fosse preciso despender uma
única gota de suor!
Desta forma os dados mostram que há
muito que fazer para se comemorar o dia do trabalho por aqui, uma vez que a
data nos remete principalmente à área rural, que carece de maior atividade que
simplesmente estender a mão do pires em direção ao erário e tomar as ruas em
passeatas.
Genilson, com sua análise de precisão cirúrgica lançada sobre a sociedade agrícola moribunda você deixou nítida a falência moral e cívica causada pelo assistencialismo eleitoreiro do governo. Todos agora tem o que comer, mas - em muitos casos - perdeu a esperança e a dignidade.
ResponderExcluirLembro das grandes passeatas dos anos 80, como voce se referiu. Realmente a diferença é grande em relação as de hoje. quem te viu quem te vê.
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